25.2.08

Sexo, homem x máquina (0/3): uma introdução, ou...

...Porque esse maluco resolveu falar sobre transar com robôs?

"(...)We are the robots
Ja tvoi sluga
Ja tvoi Rabotnik robotnik
We are programmed just to do
anything you want us to
we are the robots(...)"

(Kraftwerk - The Robots)


A algumas semanas atrás eu vi uma matéria em várias mídias comentando sobre um tal de David Levy, especialista em Intaligência artificial que escreveu um livro entitulado, "Robots Unlimited: life in a virtual age", onde ele trabalha muito em cima das possibilidades de futuras interações sexuais entre homens e robôs. A partir daí saí em busca de algo mais profundo e achei na área de sexualidade do site about.com uma entrevista feita pelo Cory Silverberg, com o David Levy (quem quiser lêr é só clicar aqui), e achei muito interessante, mas entrarei nas questões levantadas por ele em outro texto.

A partir daí comecei a me questionar sobre algumas questões, já não vivemos de certa forma em uma época onde nos relacionamos sexualmente com máquinas? Já não direcionamos muitas pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos para o ato de nos dar prazer? E claro a pergunta que não quer calar, será que os japoneses já tem alguma série de filmes, hentais, animês e um nome para o fetiche com robôs?

Então nada melhor que uma série (mais especificamente uma trilogia pq eu sou "nerd"), para pensarmos um pouco sobre essas questões, o primeiro post será sobre o imaginário do robô, a idéia do fetiche com a máquina, a ficção-científica já trazendo isso em suas histórias, hq´s, mangás, e japoneses (as vezes eles me dão medo). No segundo post falarei sobre o hoje, o que temos sobre essa relação em nossa sociedade nos dias atuais, como essa prática de buscar o prazer à qualquer custo tem uma longa trajetória de vida, e por fim , o terceiro vai tratar de pesquisas na área e o que se promete para o futuro.

Espero que gostem, e que eu consiga dar conta disso tudo durante essa semana. Até a próxima pessoal!

Fortuna!

* foto de Sebastian Niedlich (Grabthar), mostra o robô do clipe "All is full of love", da Björk, em exibição especial no museu de comunicação de Berlim.

21.2.08

Adendos e Top 5 Webcomics.

Hey, quem é vivo aparece, e aqui estou eu! Antes de mais nada gostaria de elogiar o blog amigo The Cocke Inc., por ter achado alguém para escrever sobre o "lado negro da 7ª arte", muito bom o post "Um novo colunista de mão cheia", parabéns!

Estou sumido, eu sei, mas vida não anda às mil maravilhas no momento estou desempregado e um tanto desanimado com o mundo, mas vou me esforçar para atualizar um pouco mais o fiquelouco.

Mas depois da choradeira vem minha lista de TOP 5 webcomics, claro que isso tudo é opinião pessoal, e é o que estou lendo no momento, as opiniões assim podem mudar a qualquer momento, mas agora a lista é essa.

Em 5º lugar: Order of Stick, esse talvez seja a webcomic mais nerd que eu conheça na internet, voltado para todos os viviados em D&D e fantasia, simplesmente maravilhoso.


Em 4º Lugar: Wulffmorgenthaler, essa webcomic dinamarquesa é ótima, tem um humor negro bem peculiar, e vem sendo traduzido para a lingua de camões pela Bruna Calheiros, ou simplesmente "Baunilha", colunista dos blogs Sedentário e Hiperativo, e Smelly Cat.

Em 3º Lugar: De(ath)sign, Webcomic brazuca com um humor cáustico, quem trabalhar em ag~encia de design e proganda vai se sentir parte da história, o legal dessa tira é o fato de ser baseada em fatos reais, se procurarem a cara do autor vão ver que ele se desenhou.


Em 2º Lugar: Questionable Content
, webcomic que conta a vida de um indie chamado Marteen, seus encontros, desencontros, amores e músicas, tudo regado a muito café, meio novelinha, mas muito legal. O interessante dessa webcomic é ver como o trabalho artistico do autor foi melhorando com o tempo.

Em 1º Lugar: Malvados, as tiras do Dahmer conseguem chegar a um grau de sarcasmo e humor negro impressionantes, incomodando com certeza muita gente, recomendo a todos que leiam a série de tiras "A Cabeça é a ilha"

10.2.08

Você tem sede de que? Você tem fome de que?(...)

...ou: A resignificação da memória.

Eu faço na PUC-SP especialização chamada "História , Sociedade e Cultura", e a cada semestre são desenvolvidas oficinas muito boas, no que é chamado "Atelier de Clio". Em uma dessa oficinas a temática era a memória, e a professora trabalhou basicamente com um texto famoso do Pierre Nora, autor francês ligado à "Nova História", chamado "Entre memória e história: a problemática dos lugares", em que ele trabalha a idéia das várias memórias, os espaços da memória como museus, a memória de quem viveu, etc... A professora para demonstrar esses aspectos passou para a classe um exelente filme de Alain Resnais, chamado"Hiroshima Mon Amour". A segunda parte da oficina foi uma pequena atividade que eu particularmente achei um pouco descabida, pois se tratava de um questionário sobre desenhos antigos e desenhos recentes, direcionando assim para a idéia de que lembramos mais dos desenhos antigos pois o fluxo de informações hoje é tão grande que a memória se torna algo efêmero e absorvemos muito porcamente o que nos é passado, o único detalhe é que no questionário sobre os desenhos antigos e recentes eu e mais alguns sabíamos basicamente tudo, e isso que estava contido coisas como digmon. HUAHUAHUA

Desses pontos cheguei a algumas reflexões sobre tudo isso. A primeira idéia é que a memória não é algo rígido, e sim algo volátil e assim como tudo na vida nós damos sentido e significado a elas, e conforme a vida se modifica a sua memória e seus significados da memória também se modificam, no caso dos desenhos por exemplo pelo fato das pessoas no lugar serem mais velhas o desenho provavelmente tem um significado ligado à geração e a infância, diferente da pessoa mais nova que está criando a memória naquele momento, é algo recente e ainda não tão significativo para ele. Alguns desenhos da minha época eu não ligava muito, porém ele tem uma conexão com minha pessoa pois é um desenho "da minha época", e também é relevante às outras pessoas que viveram aquele período, criando-se assim uma memória "compartilhada", que gera toda uma resignificação do que pensava daquele desenho, de repente em uma conversa de amigos você se lembra dele e os porques de não gostar muito, aí mesmo o não gostar acaba tendo um peso e um significado forte. Hoje posso dizer que sei mais de super sentais e chaves do que sabia na época que os assistia. :)

Outra reflexão é que embora tudo isso, não se pode negar que o próprio significado do que é memória, e dos objetos da memória estão em deslocamento, o que quero dizer com isso é que apesar de ser fácil viajar pela mente e memórias de milhares de pessoas através de blogs e afins, tudo está passível de ser destruído e "deletado" de forma muito mais fácil que um diário de papel, o mesmo para fotos e tantas outras coias, um probleminha na HD, um estagiário apagando sem querer algo importante de algum servidor ou banco de dados e as memórias de quem você é se vão. Talvez por isso hoje se busque de forma tão frenética aparecer, o "ser visto". Com tanta efemeridade e causas possíveis para destruir o que somos, ao menos aparecer e ser visto é uma maneira de nos vermos como imortais.

E tudo isso hoje porque ouvi uma mmúsica que gostava, mas vi que por ser mais velho sua letra faz mais sentido hoje do que já fez algum dia.

Fortuna!